Você já se perguntou como se faz a ligação entre a fornecedora de energia gerada nas usinas e a sua instalação elétrica residencial consumidora? Há muitos detalhes relativos a tipos de ligação, seus componentes, dimensionamento e como solicitar tudo isso. Ficou interessado? Então confira agora tudo sobre ramal de entrada!

Afinal de contas, o que é um Ramal de Entrada?

As unidades consumidores recebem energia elétrica, tanto residenciais como fabris, por meio do ramal de entrada. Ele é nada mais do que um ponto de entrega de energia localizado entre a concessionária e a unidade e a instalação elétrica.

Nesse sentido, o ramal de entrada é o conjunto de condutores e acessórios, incluindo conectores. A instalação desse ramal ocorre a partir do ponto de entrega de energia, até a caixa para medição e proteção. Sua responsabilidade e sua propriedade são do consumidor.
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Indicação do Ramal de Entrada

Esse ponto de entrega irá obedecer a alguns parâmetros. As regras irão variar de concessionária para concessionária ou de estado para estado.

Por exemplo, como regra geral toda instalação deverá receber apenas 01 ramal, e ele poderá ser aéreo ou subterrâneo, em média ou baixa tensão. Vale destacar que é a concessionária a instaladora do ramal, apesar deste ser de responsabilidade do proprietário.

Ramal aéreo ou subterrâneo?

É possível saber qual deles instalar, e isso vai depender apenas da sua demanda, que é a potência estimada consumida numa instalação elétrica.

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Ramal de Entrada – Dimensionamento cabo Aéreo (Energisa)

 

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Ramal de entrada – Dimensionamento cabo Subterrâneo (Energisa)

 

Há diferentes tipos de ramais, variando se for residencial: se é único ou em condomínio, se é comercial ou industrial e para cada um deles há uma norma. Além disso, há a divisão em média ou baixa tensão, variando também com sua demanda. 

Diante disso, sua demanda se relaciona com a potência em kVA dos transformadores da rede. Se ela ficar abaixo do estabelecido pela concessionária, então você consegue receber a energia direto do transformador da sua rua. Com isso, será disponibilizado até 3 fases na instalação, mais 1 neutro.

 

Todavia, se sua necessidade exceder a capacidade máxima de potência dos transformadores disponíveis na rede, entregarão o ramal em média tensão. Caso seja necessário, o consumidor ficará responsável por ter os transformadores abaixadores de tensão dentro da sua propriedade.

Falando da demanda, como podemos calcular?

A princípio, o método das concessionárias, que é o método de cálculo mais comum, é dado pela da demanda provável. Esse método analisa os aparelhos elétricos, tomadas e iluminação na instalação e assim estima a demanda.

Nesse Link, a partir da página 26 (Anexo I – Tabela 1) podemos ver a potência média de cada eletrodoméstico e provável item de consumo em sua residência .


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Sabendo desses valores, podemos começar os cálculos:

Primeiramente, somamos as potencias das tomadas de uso geral e a iluminação. Digamos que toda a iluminação dê 1200W e as tomadas de uso geral 3000W. ou seja, para esses itens temos 4200W de carga instalada.

Em seguida, iremos multiplicar esse valor pelo fator de demanda. O fator de demanda mede a parcela de energia realmente utilizada. Você não deixa tudo ligado na tomada o tempo todo, né?!

Logo depois, dividimos esse valor pelo fator de potência, que é a relação do quanto de energia é realmente “puxada” pelo aparelho.

Para aparelhos puramente resistivos, o fator de potência é 1. Tudo que é “puxado” é consumido.

Os fatores de demanda e de potência são informados pela sua concessionária. A seguir temos uma tabela de exemplo fornecido pela concessionária:

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Fator de Demanda – Iluminação e Tomadas

(4200*0,68 ) / 1 = 2856VA ou 2,856KVA.

Então, calcula-se a demanda pensando nos aparelhos que você tem em casa, seja ar-condicionado, chuveiro elétrico, etc.
Agora, você irá somar a potência deles, multiplicar pelo seu respectivo fator de demanda e dividir pelo fator de potência .

Finalmente, irá somar todos esses valores calculados e encontrar a potência demandada da sua residência. Caso seja um estabelecimento comercial, a regra ira mudar um pouco, mas em geral é isso. Sempre analise as informações da sua unidade fornecedora de energia.

Em suma, esse método irá descobrir a demanda e a partir dela podemos realizar a classificação da instalação, o dimensionamento do cabeamento. Assim faz-se com que a concessionária promova o ramal de entrada ideal para você.

O que está presente no Ramal de Entrada?

No ramal de entrada aéreo, está presente o poste de ligação, os bornes de fixação, cabos unipolares flexíveis de cobre com isolamento e cabeçote com curva de 180°. Caso o ramal seja subterrâneo, também haverá eletroduto e caixa de passagem.

 

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Ramal de entrada aéreo – Cabeçote de 180°, Cinta de Fixação e eletroduto

 

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Ramal de entrada subterrâneo- terminal, bucha, eletroduto, braçadeira, caixa de passagem e caixa de medição

O que é importante observar no Ramal de Entrada?

Sobretudo, não se liga o ramal de entrada necessariamente antes do medidor. Pode-se também ligar o cabo depois, cabe ao projetista decidir a melhor escolha.

É preciso deixar uma folga de 1 metro nos cabos antes de colocá-los no cabeçote do ramal para que assim se forme o pingadouro.

Assim, o pingadouro (junto com o cabeçote com curva de 180°) irá servir para não entrar água no conduite do ramal de ligação. 

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Folga nos cabos para formar pingadouro

Enquanto que na caixa de medição deixa-se uma sobra de 70 cm dos cabos quando for ligações monofásicas. Nas ligações bifásicas e trifásicas, a sobra deve ser de 1 metro.

Somado a isso, as pontas dos condutores devem ser estanhadas ou com acabadas com terminais para uma boa conexão entre os condutores. Isso previne superaquecimentos e perda de energia.

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Outras referências

Ainda mais, caso queira saber mais sobre todo o processo e padrão de chegada de energia na sua casa, acesse nosso texto sobre padrão de entrada que está super completo!